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Alimentação e Sustentabilidade: o que têm em comum?

Alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, garantem saúde e sustentabilidade

Alimentos orgânicos, sem agrotóxicos, garantem saúde e sustentabilidade

Foto: Freepik

Paula Barbosa Corrêa

Paula Barbosa Corrêa
Nutricionista graduada pela PUCRS, Especialista em Saúde da Família, Comportamento Alimentar e Nutrição Clínica com ênfase na Saúde e Bem-Estar - Autora convidada.

Será possível a Terra alimentar todos os seus habitantes sem ser degradada de forma irreversível e garantindo uma alimentação saudável?


Comemos baseados nas nossas experiências, cultura, economia, ensinamentos que temos pelo caminho e pela disponibilidade, mas somos capazes de melhorar ou mudar hábitos que acreditamos não colaborarem para a saúde de uma forma geral. Isso inclui avaliar como estamos usando os recursos do nosso planeta quando nos alimentamos.


A ideia é escolher alimentos que sejam produzidos por uma cadeia que adote práticas que poupem o meio ambiente, considerando, entre outros aspectos, quanta água e energia foram gastas na sua produção, quantos quilômetros o alimento viajou até chegar à prateleira do supermercado, como os produtores lidam com seus resíduos e se existe respeito do ponto de vista social e ambiental.


A pecuária, por exemplo, é uma forma de produção de alimentos que impacta na erosão do solo, na contaminação de mananciais, na emissão de gases e no desmatamento. Por isso, existe uma campanha “chamada Segunda Sem Carne”, incentivando a eliminação das proteínas de origem animal do cardápio em pelo menos um dia da semana, de modo a contribuir para a redução do impacto da alimentação no meio ambiente.


Outra reflexão que podemos fazer é sobre a quantidade de água necessária para produzir alimentos, o que chamamos de “pegada hídrica”. As carnes são os alimentos que mais consomem água do planeta na sua produção – em média se gasta 15.400 litros de água para produzir 1kg de carne de gado.

O que comer então?! Sugere-se um consumo moderado de carnes brancas, leite e derivados, ovos, e um consumo reduzido de carne vermelha, açúcares, gorduras, sal, cereais refinados e ultraprocessados em geral. A base da sua alimentação deverá ser composta por cereais integrais, frutas, verduras, legumes, feijões e oleaginosas. Um prato saudável e sustentável é composto por ¾ de alimentos de origem vegetal e ¼ de alimentos de origem animal.

Alimentos de origem vegetal deve compor ¾ de um prato saudável e sustentável

Alimentos de origem vegetal deve compor ¾ de um prato saudável e sustentável

Dicas para você ser sustentável no dia a dia:

• Evite o desperdício! O Brasil está na lista dos 10 países que mais desperdiçam alimentos no mundo. O que mais é jogado fora são arroz, carne vermelha, frango, feijão, hortaliças e frutas;

• Carregue uma sacola eco para fazer suas compras e escolha produtos com menos embalagens;

• Separe o lixo seco do orgânico;

• Escolha alimentos da estação. Eles são mais baratos e saborosos;

• Sempre que possível, escolha alimentos orgânicos, que são aqueles que não contém agrotóxicos;

• Reduza o consumo de carnes; e

• Escolha produtos de empresas responsáveis e com o selo da sustentabilidade.

Foto: da autora

Reduzir o consumo de carnes traz benefícios à saúde e reduz o risco de esgotamento do planeta

Como reduzir desperdício:

• Planeje a lista de compras para adquirir apenas os alimentos necessários que serão consumidos logo;

• Preste atenção nas validades e organize os armários para usar primeiro o que irá vencer em breve;

• Busque receitas para aproveitar integralmente os alimentos (talos, folhas, sementes);

• Reavalie as quantidades preparadas em cada refeição e aproveite as sobras para novas receitas ou congele;

• Armazene adequadamente os alimentos para aumentar sua durabilidade;

• Quando for a um buffet, sirva menor quantidade no prato, se necessário repita.

Pequenos movimentos no seu dia a dia fazem diferença. Juntos conseguiremos poupar nosso planeta e ter uma alimentação saudável no futuro próximo

Reduzir o consumo de carnes traz benefícios à saúde e reduz o risco de esgotamento do planeta

Foto: da autora

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Gastronomia | Revista da Astec, v. 24, n. 52, agosto 2024.

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