Impacto da Gestão na Saúde Emocional dos Servidores
Fonte: Freepik

Semadar Marques
Administradora lotada na Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (SMAP), gestora do Fundo Municipal para Restauração, Reforma e Manutenção do Patrimônio Imobiliário de Porto Alegre (FUN-PAT) e autora do livro Colaboração: a única solução, publicado pela editora Alta Books, em 2023 - Associada Astec.
A revista Você RH, em sua edição de fevereiro de 2024, destacou uma pesquisa realizada em parceria com o Grupo Talenses e a Fundação Getúlio Vargas que aponta os três fatores que têm maior impacto no engajamento dos funcionários no Brasil: confiança na liderança, trabalho significativo e boas práticas de gestão.
De acordo com o texto, a confiança é o aspecto mais importante. Ampliá-la irá impactar diretamente na segurança psicológica e no clima organizacional, o que tem resultados diretos na motivação, saúde emocional e senso de propósito no que se faz diariamente.
Estar no serviço público não nos deixa imune nem distantes desses dados. O quadro complexo a que estamos inseridos nos faz precisar estar mais atentos ainda aos cuidados com a saúde mental, tendo em vista estarmos em um contexto de recursos limitados, excesso de hierarquias, excesso de burocracias e resistências para uma mudança de cultura. Ainda podemos cruzar com líderes e liderados que estão acostumados a métodos de gestão baseados no autoritarismo e a uma visão mais mecanicista do trabalho.
Formar lideranças e agentes de mudança que estejam saudáveis emocionalmente e que proporcionem um ambiente de trabalho onde haja relações de confiança garante produtividade e bem estar. Mas para fortalecer esses ambientes é fundamental construir relações éticas e de lealdade. Ambientes que não primam pela confiança e reciprocidade estão propícios a desenvolver stress, competitividade, fofocas e mal estar em geral.
Uma das grandes dificuldades que encontramos no serviço público é o excesso de hierarquias, que são necessárias, mas que podem promover um complexo de superioridade. Servidores que, por insegurança e medo, desenvolvem comportamentos de superioridade em relação aos demais, desenvolvendo dificuldade de ouvir ideias que não sejam as suas, tornando os ambientes pesados e insalubres emocionalmente. Esses comportamentos impactam diretamente na qualidade de vida e na saúde mental dos servidores e precisam ser abordados, uma vez que estão diretamente ligados às inseguranças dos líderes em relação às próprias competências. Líderes seguros de si sentem-se confortáveis para dar espaço aos seus liderados crescerem e se destacarem.
Novas ideias surgem da troca de informações e cruzamento de pontos de vista. O líder que entende isso estimula a troca de ideias saudáveis entre as diversas equipes, desencorajando o egocentrismo e o sentimento de superioridade. Esses comportamentos inibem a manifestação de novas sugestões, projetos e soluções e consequentemente, da inovação. Torna-se assim ainda mais importante incentivar a interação e o diálogo significativo, pela razão que isso amplia o fluxo da comunicação e traz a segurança psicológica necessária para que todos se sintam seguros e assim, contribuam a partir de suas melhores competências.
Os melhores e maiores especialistas do mundo em liderança garantem que superar o próprio ego e dar espaço para que todos cresçam, promovendo uma gestão humanizada, não é o melhor caminho para uma gestão que traga resultados. É o único.
REFERÊNCIA
COSTA, Luisa. Confiança nos líderes é o aspecto que mais afeta o engajamento: a conclusão é de uma pesquisa que entrevistou 1.732 pessoas, significado do trabalho e boas práticas de gestão são outros aspectos importantes, entenda. Você RH: São Paulo, Abril, 16 fev. 2024. Disponível em: https://vocerh.abril.com.br/politicasepraticas/confianca-nos-lideres-e-o-aspecto-que-mais-afeta-o-engajamento. Acesso em: 10 mar. 2025.
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